Depois de muitos filmes que não chegaram nos cinemas brasileiros, os fãs vão poder matar as saudades do bom e velho Jackie Chan nas telonas, ainda que já não seja aquele jovem, carismático e maluco que nos acostumamos nos anos 90, mas ele ainda mantém dois daqueles adjetivos “carismático” e “maluco”.
Fora do Rumo’ conta a história de Bennie (Jackie Chan), um detetive de Hong Kong, que tem investigado na última década o notório chefe do crime Victor Wong. Quando a afilhada de Bennie (interpretada pela atriz Fan Bingbing) se envolve com criminosos chefiados por Wong, Bennie precisa investigar o homem que teria colocado sua afilhada em risco: o falastrão apostador norte-americano, Connor Watts (Johnny Knoxville).
As coregrafias estão no melhor estilo Jackie Chan, usando todas as partes do cenários com um humor quase circense nos movimentos e um Jackie disposto a se meter em qualquer lugar para produzir cenas criativas. Não tem como não destacar uma luta na fábrica, que termina literalmente com uma pessoa empacotada, o tipo de humor “trapalhões” que o Chan sempre fez bem.
Hoje com 62 anos, Jackie Chan continua divertido e bonachão, uma figuraça em tela. Aqui ele repete uma velha fórmula de sua carreira, com o estilo “dupla oposta”, o diferente dessa vez é Johnny Knoxville, mais conhecido por ser o cabeça do grupo Jackass, que fazia todo o tipo de loucuras sem dublê na TV (qualquer semelhança com Jackie Chan que já fazia isso nos anos 70 é mera coincidência rs). Longe do carisma de um Chris Tucker da vida (A Hora do Rush), Johnny segura seu lugar na dupla com simplicidade.
O filme vai muito bem no início, você se diverte e já imagina um longa naquela linha conhecida do Jackie, mas na segunda parte… Começa um “road movie” (filme de estrada), sem qualquer explicação ou sentido, extremamente mal costurado, que faz sua atenção dispersar.
Alguns problemas de ordem técnica também incomodam, O C.G.I do filme é falso demais em vários momentos, como na descida de rapel numa montanha, que ficaria mais interessante se mostrasse o fundo verde logo, pelo menos seria engraçado.
Enfim, Fora do Rumo tem alguns clichês cansados, representados muito bem pelo o vilão, que se entrega as desculpas mais esfarrapadas para ter virado “mal – feitor” e tem um morte incontrolavelmente engraçada. Os famosos erros de gravação estão lá para mostrar que Chan continua fazendo loucuras no set de filmagem e se quebrando muito sem usar dublês. Recheado de bons momentos e escorregões, Fora do Rumo funciona como um bom “mata – saudades” dos fãs de Jackie Chan (como eu), já para restante do público, a conversa seria outra… Confira nossa “Chuck Nota” logo abaixo.
