Lançamento 25/08/2016
Você já parou para pensar no que o seu animal de estimação fica fazendo quando você não está em casa? Ou o que eles pensam quando você sai de casa? Pois então, os roteiristas Cinco Paul & Ken Daurio já fizeram esse trabalho e parecem ter se divertido brincando com as possibilidades dessa ótima premissa que já empolgou todo mundo no trailer.
Em Pets: A Vida Secreta dos Bichos, Max é um cachorro que mora em um apartamento de Manhattan. Quando sua querida dona traz para casa um novo cão chamado Duke, como era de se esperar, Max não gosta da ideia, mas eles vão ter que se juntar para voltar para casa depois que um incidente que acaba os deixando na mira da carrocinha, enquanto isso os animais da vizinha entram numa aventura para ajudar a resgatá-los.
O filme começa com algumas viagens criativas e o roteiro trabalha bem as possibilidades que a plot apresenta. Uma das saídas que mais funciona no longa, é a imprevisibilidade. Apesar do trailer ter entregue algumas cenas que poderiam causar um impacto divertidíssimo no cinema, não tem como não rir com sequências como as do “Leonardo”, um cão aparentemente “fino e elegante” que se torna um metaleiro sempre que seu dono deixa a casa, o passarinho que simula voos perigosos na frente da TV, o cão que usa a batedeira para se massagear e etc (sem spoiler, pois está tudo no trailer). Tentar entrar nas mentes dos animais, não é algo novo, assim como a história dos “humanos maus” e os bichos que não confiam neles, da diferença dos animais domésticos e de rua, o submundo dos bichos, gatos individualistas, enfim, conceitos já trabalhados antes, mas que ainda podem render dependendo da abordagem.
Os mais atentos vão perceber diversas referências e inspirações tanto de clássicos infantis, quanto de filmes adultos, entre eles 101 Dalmatas, Bolt – O Super Cão, Manda Chuva e principalmente Como Cães e Gatos (apesar de PETS ser muito melhor que esse último). Para os adultos, dá para fazer alguns paralelos com diversos outros como O Demolidor, O Poderoso Chefão, Ninguém Segura Esse Bebê e por aí vai.
Os personagens coadjuvantes são extremamente carismáticos, o que é o início de tudo para uma animação. Ótimos “side kicks”, cada um com uma características e espaços diferentes na história. Por incrível que pareça, talvez a personagem mais “sem sal”, seja a cadelinha Gigi, que é quase uma protagonista.
Porém, mesmo a Gigi conta com um excelente trabalho de dublagem nacional, que trouxe Danton Mello (dublador de longa data), Tatá Werneck, Thiago Abravanel e Luís Miranda. Outro fator positivo da dublagem, foi a adaptação de algumas expressões brasileiras, gírias que ficam muito engraçadas nas figuras do bichinhos.
O 3D não acrescenta nada ao longa, nem traz imersão, até porque a animação em si, é bem funcional. Boa, mas sem novidades. O design dos personagens é mais arredondado, olhos grandes e expressivos, perfeito para as crianças.
No início do terceiro ato (parte final), Pets perde ritmo e se rende a uma aventura genérica, cheia de malabarismos no cenário urbano, uma solução fácil para tirar risos das mesmas crianças hipnotizadas pelo design fofo dos personagens.
Enfim, Pets – A Vida Secreta dos Bichos é um filme que tem infinitas possibilidades, claramente não exploradas em seu máximo nesse primeiro filme, mas devem ganhar espaço na continuação, que provavelmente irá acontecer pelo sucesso de bilheteria. O filme é uma super pedida para quem tem filhos, sobrinhos e etc, não só pela entretenimento, mas porque trabalha a mensagem de diversidade de várias formas, e todas muito inteligentes, sem bobageiras de politicamente correto, sem “empoderamento feminino”, “lavagem cerebral” é só uma grande brincadeira de perfis diferentes que convivem bem e se respeitam, que não veem diferença entre eles, uma ótima mensagem para todos e, principalmente, inserida de forma natural no ambiente que o filme cria. Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…