Estréia: 19/05/2016
Vizinhos 2 é uma daquelas improváveis continuações, já que o primeiro filme parece ser uma história bem isolada, incapaz de gerar uma sequência, a não ser que fosse quase a mesma coisa e… ops… O primeiro filme é realmente fora de série, uma comédia diferente, desbocada, com roteiro original. Vizinhos lembrava a boa época da sessão da tarde com irmandades, “guerras” na vizinhaça e nenhuma preocupação com o politicamente correto.
Em Vizinhos 2, com um novo bebê a caminho, Mac (Seth Rogen) e Kelly Radner (Rose Byrne) decidem vender a casa e mudar-se para o subúrbio. Entretanto, uma nova fraternidade, mais estrondosa que seus antigos vizinhos, assume a casa ao lado. Liderada por Shelby (Chloë Grace Moretz), as meninas do Kappa Nu pretendem mostrar que sabem fazer uma festa bem melhor que os meninos, sem serem tratadas como objetos nela. Mac e Kelly vão tentar de tudo para manter a paz na vizinhaça até conseguirem vender a casa, mas as meninas contam com a ajuda de uma arma secreta, o “experiente” Teddy (Zac Efron).
A primeira coisa que você precisa saber é que Vizinhos 1 e 2 são praticamente o mesmo filme. Algumas cenas inclusive são muito parecidas mesmo. Assim como Se Beber Não Case 2, mesmo sendo quase uma refilmagem, Vizinhos 2 não deixa de entregar os risos prometidos e dentro da mesma proposta surge com piadas que abrem o leque do primeiro filme, como o surgimento de uma terceira geração, mais jovem que a de Zac Efron e seus amigos, ainda mais conectada e tipicamente ligada ao discurso politicamente correto e engajado dos adolescentes de hoje. É muito legal observar como a geração de Seth Rogens (quarentões) e a de Zac Efron (crise dos 20 e poucos), tem que lidar com as garotas lideradas por Chloë Grace Moretz que seguem a linha do “levar tudo muito a sério”, reclamar de tudo, enfim, o extremismo que a internet criou.
O longa tem uma edição bem rápida que beneficia o roteiro, transformando situações que conceitualmente não são tão engraçadas em boas oportunidades de fazer comédia.
As Gags visuais são um trunfo da franquia (creio que já possa ser considerada assim), mas não funcionam tão bem nesse filme, seja pela repetição ou pela a má execução mesmo. As brincadeiras com maconha e brinquedos sexuais sofrem com a repetição, já outras parecem fora do tom e a escatologia desnecessária (principalmente do início do filme), mostram que nem todas as ideias que se tem em reuniões deveriam ganhar espaço no filme.
O bom elenco acostumado com comédias domina a situação, todos estão bem a vontade com os personagens e até Chloë Grace Moretz que vem derrapando nas suas escolhas ultimamente (corra de a 5º Onda) aqui volta a mostrar potencial. Porém o destaque mesmo fica para Zac Efron. Esqueça seus preconceitos com ele, sobre High School Musical, ator adolescente e etc, Zac vem está surfando em comédias, onde sabe brincar com seus esteriótipos e demonstra carisma acima da média. Talvez quando Zac (que trabalhará em BayWacth com The Rock) começar a diversificar um pouco seu currículo venha realmente a se tornar um dos grandes nomes de Hollywood
Enfim, Vizinhos 2 cai consideravelmente na segunda metade, onde o diretor Nichollas Stoller parece não saber como encaminhar a comédia para um desfecho lógico (se é que isso é necessário), mas acaba encerrando bem o arco dos personagens, como já havia acontecido no primeiro filme. Apesar de uma piada contada duas vezes não ter mais a mesma graça, Vizinhos 2 ainda tem aquele ar de “diferentão” que não deve decepcionar o público do primeiro filme.