Estréia: 07/04/2016
Essa semana voltaram aos cinemas os clássicos personagens criados na década de 50 por Albert Uderzo e René Goscinny, Asterix e Obelix a dupla de gauleses mais divertida e “porradeira” dos quadrinhos, os personagens já tiveram algumas adaptações para o cinema (inclusive com Gerard Depardier), que sempre oscilaram bastante. Fato é, que Asterix e o Domínio dos Deuses não derrapa e traz para as telonas exatamente o que se espera dessa turma.
No filme o imperador romano Júlio César sempre quis derrotar os irredutíveis gauleses, mas jamais teve sucesso em seus planos de conquista. Até que, um dia, ele resolve mudar de estratégia. Ao invés de atacá-los, passa a oferecer os prazeres da civilização aos gauleses. Desta forma, Júlio César ordena a construção da Terra dos Deuses ao redor da vila gaulesa, de forma a impressioná-los e, assim, convencê-los a se unir ao império romano. Só que a dupla Asterix e Obelix não está nem um pouco disposta a cooperar com os planos de César.
A animação é extremante divertida, um filme família em todos os aspectos. Trata-se de um longa francês, com personalidade francesa, mas que sabe aproveitar o que de melhor os Estados Unidos oferece em termos de cinema. A qualidade da animação 3D é surpreendentemente boa. Na contramão da maioria das animações europeias que tentam algo mais experimental ou rústico, Asterix e o Domínio dos Deuses prefere não se preocupar em trazer uma grande inovação visual, e sim em finalizar bem, entregar uma qualidade técnica decente e focar em seu verdadeiro diferencial, os personagens.
O longa não tenta fazer um introdução de Asterix, Obelix ou os carismáticos coadjuvantes da aldeia, ao invés disso, tem uma sacada inteligente de colocar uma criança alheia ao ambiente para representar os pequenos que vão assistir o filme e num primeiro momento, talvez jamais tenham ouvido falar dos personagens (que tiveram seu auge antes da internet, com quadrinhos e jogos divertidíssimos).
O roteiro é muito simples e lógico, não apresenta grandes novidades, mas consegue o objetivo de nos prender e deve ter um efeito mais forte ainda sobre as crianças. Asterix e o Domínio dos Deuses tem início, meio e fim bem delineado, outra característica sempre facilita o entretenimento dos pequenos…
As piadas são leves e só funcionam, justamente, por causa dessa inocência, bem ao estilo dos desenhos animados clássicos de TV, com ótimas gags visuais. Assim como nos clássicos Pernalonga e Pica-Pau, não há tanta preocupação com o politicamente correto o que dá liberdade para o filme brincar com coisas como a escravidão que tem virado um dos taboos do humor atual e a diversão que os homens têm com brincadeiras que envolvem luta. Aliás uma série animada no mundo desse filme seria uma ótima ideia.
O longa também apresenta uma lição bastante sutil de respeito aos costumes e características dos povos e como a globalização esmaga isso, um pequeno cutucão francês sobre o estilo americano de viver e oferecer seu modo de vida ao resto do mundo.
Enfim, senti falta de mais interação entre Asterix e Obelix, as vezes os personagens se tornam coadjuvantes demais em sua própria história, mas o clima característico das tirinhas com suas lutas engraçadíssimas e o estilo estourado do povo gaulês está ali e fica difícil resistir, filme redondinho como o divertido Obelix rs…. Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…