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Estréia: 11/02/2016

Chega essa semana ao cinemas um dos filmes com mais hype desse últimos dois anos. Deadpool, personagem politicamente incorreto da Marvel (se você quiser entendê-lo melhor antes do filme, clique aqui), ganhou censura 18 anos no E.U.A (e 16 anos no Brasil) faz justiça a isso, deixando claro que é super, mas está longe de ser herói.

No filme, o ex- militar e mercenário Wade Wilson (Ryan Reinolds) é um cara com um senso de humor bastante incomum que é diagnosticado com câncer em estado terminal, porém encontra uma possibilidade de cura numa perigosa experiência científica. Após muitos procedimentos dolorosos, Wade se recupera do câncer e ganha poderes, no entanto fica com uma aparência totalmente desfigurada. Wade Wilson então se torna Deadpool, com um único objetivo… ir atrás dos responsáveis pelo que lhe aconteceu.

Com humor ágil e auto – depreciativo, Deadpool  é  realmente politicamente incorreto como os fãs esperavam. O filme se vale de um roteiro simples e inteligente, direcionado para cumprir o objetivo principal. Não há grandes invenções e reviravoltas, é tudo muito direto

Deadpool começa dando o tom das piadas, com muita gozação com o próprio Ryan Reinolds e uma prévia de comentários dos possíveis clichês do filme. De forma não linear, e excluindo as piadas, o filme basicamente mostra a vida de Deadpool antes, seu processo para ganhar os poderes e sua busca por vingança.

O diretor Tim Miller consegue transpor com perfeição a característica interativa do Deadpool transformando-o no narrador de sua história. Deadpool está sempre brincando com o espectador e mostrando que sabe que eles estão ali, isso nos aproxima muito da história, é como se estivéssemos vendo o nosso amigo mais maluco aprontando algumas loucuras. A linguagem totalmente conectada ao novo público e a web, chega a prever as cenas que podem gerar memes no futuro (e é bem provável que ele tenha acertado).

 Até as limitações de orçamento do filme viram piada quando Deadpool espontaneamente admite que é muito estranho apenas dois dos X-Men interagirem com ele (falta de grana para pagar os outros). Interação essa com os X-Men que pode de fato gerar muitas situações interessantes no futuro cinematográfico da Fox. Deadpool pode ser uma quebra de clima extremamente divertida para o estilo normalmente dramático dos X-Men. Apesar das limitações de orçamento, os efeitos visuais são bem convincentes, todo o C.G.I é bastante crível dentro do possível, principalmente  quando surge o Colossus criado a partir de C.G.I e captura de movimentos. As coreografias das lutas, cheias de movimentos plásticos e artes marciais clássicas, também chamam atenção de forma positivamente no filme.

O longa tem vários “easter eggs” de cultura pop, que vão desde músicas clássicas dos anos 80 como Careless Whispers (acredite o maior hit romântico George Michael tem um significado para Deadpool rs) até piadas com outros filmes,  e se você espera uma sacaneada do Deadpool com sua desastrosa aparição em X-Men Origens: Wolverine ela está lá, pelo menos duas vezes, é preciso estar atento. Aliás por falar em Wolverine, Hugh Jackman é uma das maiores “vítimas”  do Deadpool… se ele faz uma participação especial no filme?? Prefiro não estragar a surpresa, mas digamos que sim… e não…deadpool-gallery-03

O elenco é uma boa surpresa, estão todos bem inseridos nos estilo do filme. Morena Baccarin, a brasileira da série Gotham, cumpre o seu papel de mocinha (não tão mocinha). Ed Skrein (Carga Explosiva: O Legado), entrega um bom vilão, não muito explicado, mas com uma personalidade suficientemente temível. Tj Mmaxresdefaultiller faz o amigo/apoio de Deadpool, algo como um Alfred para o anti – herói e proporciona algumas das cenas mais engraçadas do filme. Mas e o Ryan Reinolds? O cara que é um dos grandes  pé – frios de Hollywood, consegue papeis em produções caríssimas, mas raramente dá retorno (Lanterna Verde e Blade Trinity que o digam) , pois é Ryan Reinolds conseguiu o impensável, retornou ao Deadpool graças a um esforço sobrenatural nos bastidores e essa talvez seja a última grande chance de Ryan Reinolds, ou seria, porque Reinolds faz um bom trabalho, se mostra a vontade com o personagem, admite suas limitações como ator e não prejudica o resultado final, que diria, afinal Reinolds começou a se redimir.

Enfim, Deadpool é exatamente o que eles tem tentado vender há tempos, talvez até menos pesado do que se imaginava (não há nenhuma cena que você já não tenha visto em alguma produção da Globo). Mas ainda assim, em tempos onde os filmes da Marvel, apesar de muito bons, parecem estar cada vez mais iguais (devido ao seu universo ultra conectado) e os filmes da DC tentam começar o caminho que a Marvel já trilhou, Deadpool surge como uma alternativa mais relaxada e desbocada, principalmente para os adultos que curtem quadrinhos e reclamam um pouco dos heróis comportados, estilo censura 13 anos que tem saído no cinema. Fique na sala após o final, pois Deadpool tem uma ótima cena pós –créditos homenageando um clássico da Sessão da Tarde… Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…4-Norris-2