A 5 º Onda é uma das grandes estréias da semana, um filme cercado de grande expectativa, baseado em mais um livro de sucesso. Você poderia pensar “lá vem, mais uma adaptação ruim e mal produzida de um livro (possívelmente) ruim”… bem…
No filme, a terra repentinamente sofre uma série de ataques alienígenas. Esses ataques são nomeados pelos terráqueos como “ondas”. Na primeira onda os alienígenas retiram a energia elétrica. Na segunda onda, um tsunami gigantesco mata 40% da população. Na terceira onda, os pássaros passam a transmitir um vírus que mata mais de 90% dos sobreviventes das outras duas ondas, nas quarta onda, os E.Ts se infiltram entre as pessoas e agora os sobreviventes, precisam se preparar para quinta onda que promete exterminar o resto da humanidade. Isso inclui a protagonista Cassie (Chloe Grace Moretz), que procura pelo irmão desaparecido enquanto tenta sobreviver.
O primeiro ponto que deve ser colocado é que nenhuma linha deste texto dirá respeito ao livro, não o li e confesso que não pretendo ler, esse é um texto apenas sobre o filme. E se alguém lhe disser que é preciso ler o livro para entender e/ou gostar do filme, isso já é um grande problema, pois uma adaptação para qualquer mídia (Tv,cinema, teatro) deve se fazer entender por si só, e incentivar conteúdos complementares (como o livro no caso).
Temos de começar pelo argumento principal da narrativa que é totalmente perdido e desconexo. Porque com tanto poder os tais E.Ts precisam das 5 ondas para destruir os humanos? Sim, afinal a falta de energia elétrica (primeira onda) realmente é devastadora (que o diga as pessoas que moram no campo). Além de mal explicadas, as “ondas” são mal exploradas, já que rapidamente o filme nos coloca na “quarta onda”.
O longa tem um claro foco nos pré – adolescentes, imitando algumas estéticas de vídeo game (que é uma tentativa interessante, a melhor coisa do filme) e inclusive fazendo a improvável combinação de sobreviventes que transforma crianças e adolescentes em soldados das forças armadas e a última esperança da terra (vejam só). Sobre a “improvável combinação”, trata-se um furo inexplicável. O filme argumenta que os E.Ts vão eliminando os mais fracos com as ondas, mas quem sobra para combater os aliens são justamente as crianças e adolescentes, seres em formação… ok…
O drama adolescente / infantil é direto mas, previsível e você vai entender quando ver a primeira aparição do exército americano, claramente ponto de partida para reviravolta do filme, ou um carro que surge do nada num lugar totalmente isolado da floresta para ajudar na aproximação do casal adolescente , lápides com o dizer “mamãe” ao invés do nome do falecido e por aí vai…
Um dos maiores problemas do filme são efeitos visuais. Extremamente experimentais e mal finalizados, nos incomodam em muitas cenas, mas um exemplo em especial chama a atenção, o ataque com o tsunami, pois há tempos não vemos efeitos de água tão ruins. O oceano parece chapado, sem vida, sem movimento. Todo o conceito visual também já foi visto em outras histórias, com cenas copiadas quase 100% de filmes como Independence Day, Invasão ao Mundo e Zombilandia). Um trabalho esquecível do diretor J Blakeson e do produtor Tobey Maguire (sim, o nosso eterno Homem – Aranha).
A 5º Onda também reúne alguns dos piores elementos dos piores filmes adolescentes, como o galã sem camisa indo contra seu povo, o romance adolescentes entre duas espécies (não preciso dizer de que filme estou falando). Isso claro, somado aos habituais problemas de edição e som característicos dessas produções.
O elenco como um todo é regular, não prejudica o filme. A boa Chloe Grace Moretz faz o que se espera da personagem, cumpre sua função na história (que não ajuda muito).
Enfim, ser filme adolescente não é desculpa para certas coisas, principalmente quando a franquia Jogos Vorazes jogou o padrão lá no alto. Talvez se o filme tivesse assumido seu potencial de comédia a visão sobre a invasão fosse mais interessante. É possível que o filme faça sucesso já não é muito diferente de outras franquias que se iniciaram nos últimos anos, arrebatou fãs pelo mundo, fãs esses que vão assistir e gostar, independentemente do que vejam. Mas se você, meu caro amigo e amiga que nos acompanha diariamente nunca teve interesse no livro e está fora da faixa etária que eles buscam… bom… há coisas melhores pra ocupar seu tempo… Já se você gosta do livro, espero que ele seja mesmo melhor que o filme… Confira a Chuck Nota logo abaixo