“E que comecem os jogos”… é com essa frase que termina a nova adaptação da Universal para um de seus monstros mais conhecidos, o Drácula. Fazendo jus ao título, o filme realmente traz ao público uma visão ainda não explorada sobre o conde, mais propriamente, sobre o Conde Vlad – O empalador, que ficou conhecido por sua crueldade em campo de batalha e mais tarde se tornaria o maior vampiro da história da cultura pop. E agora, fará parte de um grande universo expandido de monstros da Universal nos cinemas…
Os habitantes da Transilvânia sempre foram inimigos dos turcos, com quem tiveram batalhas épicas. Para evitar que sua população fosse massacrada, o rei local aceitou entregar aos turcos centenas de crianças. Entre elas estava seu próprio filho, Vlad Tepes (Luke Evans), que aprendeu com os turcos a arte de guerrear. Logo Vlad ganhou fama pela ferocidade nas batalhas e também por empalar os derrotados. De volta à Transilvânia, onde é nomeado príncipe, ele governa em paz por 10 anos. Só que o rei Mehmed (Dominic Cooper) mais uma vez exige que 100 crianças sejam entregues aos turcos. Vlad se recusa e, com isso, inicia uma nova guerra. Para vencê-la, ele recorre a um ser das trevas (Charles Dance) que vive pela região. Após beber o sangue dele, Vlad se torna um vampiro e ganha poderes sobre humanos por três dias, mas tem que resistir a uma insaciável sede por sangue humano, caso sucumba a este desejo, ficará nessa condição pela eternidade.
Hollywood vive várias modas diferentes em determinados tempos. Em certo tempo vieram os remakes, filmes “velhos” tinham de ser atualizados para que um novo público tivesse interesse (exemplos: A Fantástica Fábrica de Chocolates e Karatê Kid ). Depois vieram os reboots, franquias antigas tinham de ser renovadas com novos personagens (ou novos atores), para aumentar sua longevidade (exemplos: Homem – Aranha e Batman Begins, Planeta dos Macacos – A Origem). Agora a moda são os universos expandidos, todos os estúdios que tem filmes que possam conversar entre si, querem seguir o modelo Marvel de fazer cinema. e a Universal não é diferente. No entanto, Drácula – A História Nunca Contada é uma mistura das três modas.
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O filme logo de cara nos apresenta alguns vislumbres interessantes do que veremos nos poucos mais de 90 minutos de fita. Apesar de ser um filme de origens a introdução é bem resumida e já nos coloca na vida atual do príncipe Vlad, um homem justo, que tenta manter a paz entre seu povo. Quando o argumento do filme começa a surgir, ele já mostra a que veio, não há economia na violência e ao contrário dos trailers, o C.G.I está muito bem executado, com destaque para as criativas cenas de morcegos em meio as batalhas. Em verdade, o filme tentar trazer um Drácula, menos vilão e mais vítima do momento, isso fica muito claro quando o personagem de Charles Dance, mostra a Vlad que ele não tem muita escolha a não ser aceitar o tal poder
O diretor estreante Gary Shore, vindo do mercado publicitário, acaba mostrando boas soluções para as batalhas que poderiam parecer repetitivas com o tempo, variando cenários e estilos de fotografia, utilizando até mesmo o reflexo da espada para aumentar a imersão nas cenas de ação.
O elenco segura muito bem o clima, com destaque para o bom Luke Evans (Velozes e Furiosios 6) no papel do super vampiro e de Sarah Gadon (O Homem Duplicado) que vive sua esposa.
O roteiro de Drácula – A História Nunca Contada segue firme e conciso, até tropeçar e deixar alguns furos no último ato. Algumas incoerências acabam incomodando no final, que se analisado friamente , desconstrói todo o argumento do filme e as motivações lógicas de Drácula para as sangrentas batalhas.
Enfim, com o final refilmado para caber no mundo de monstros da Universal, fica no ar o futuro do vampiro e, não temos certeza se mais pra frente estaremos de cara com um vilão clássico ou um antí – herói moderno. Sem dúvida é um bom entretenimento “pipocão”, se fossemos comentar com termos futebolisticos, “é um filme que joga pra torcida” e entrega o que o público espera dele, uma mistura competente de ação e terror. Veja nossa Chuck Nota logo abaixo.
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