Dwayne Johnson certa vez declarou que esse era o papel de sua vida e, que faria o máximo para apresentar uma versão definitiva de Hércules no cinema. O filme baseado na história “Hercules – The Thracian Wars” com certeza deixa muito evidente todo o esforço e dedicação do astro, que conseguiu , ao final, um bom épico “sessão da tarde” e nada mais…

Mercenário renomado e tido pelo
 povo como filho de Zeus, Hércules viaja pela Grécia acompanhado de um grupo de assassinos, aceitando trabalhos em troca de dinheiro e assustando seus inimigos com sua fama arrebatora. Certo dia ele é contatado por Cotys (John Hurt), um lorde da Trácia que deseja que ele treine e lidere seu exército contra as hordas de “centauros” comandadas por Reso (Tobias Santelmann), que estão a devastar toda a região. Durante esta missão, Hércules descobre interesses que poderão mudar todo o curso da história, enquanto tem que enfrentar seus antigos fantasmas.
Hércules nasceu como um filme pretensioso, com cenário megalomaníaco, construído quase integralmente para as filmagens. Apesar do design de produção bastante ousado fica a impressão de que o set não foi tão bem explorado quanto poderia, já que nas cenas terrestres mal se nota tal grandiosidade.

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O enredo aposta numa sacada tão interessante quanto arriscada, a de trabalhar Hércules, não como um Semi – Deus de fato, mas sim, como um “ser humano especial”, que talvez seja o filho de Zeus. Na tentativa de manter essa dúvida até o final, o filme simplesmente ignora a vertente mitológica da história, tratando toda a parte mágica do personagem como lendas sem provas contundentes. Não há como negar que o diretor Brett Ratner (A Hora do Rush), sabe trabalhar um blockbuster como poucos, pode não ser genial, mas quando tem material em mãos faz trabalhos divertidos, justamente, por não tentar reinventar a roda. Hércules é um caso interessante de um filme que parte de um personagem conhecido, mas que, ao alterar sua mitologia (na verdade escondê-la) se transforma numa aventura totalmente a parte e facilmente palatável por quem nunca ouviu falar no Semi-Deus.
O CGI apresenta alguns problemas nas grandes batalhas, mas é bem trabalhado na criação dos flashbacks dos doze trabalhos. Os ângulos, em sua maioria fechados, reforçam a sensação de diminuição do set, enquanto a fotografia é bastante lógica e procura trabalhar o longa como uma aventura típica, com a câmera deixando a ação dos personagens bastante “clean” e de fácil visualização.

O gigantesco Dwayne Johnson é definitivamente o único ator do cinema atual com corpo para interpretar Hércules (o filme faz questão de mostrar essa diferença para outros personagens), e como de costume o astro mostra bastante carisma e presença em cena. Porém, por mais que tenha mergulhado no personagem, Dwayne Johnson não deixa de ser lá no fundo o bom e velho “The Rock”, e quando começa a se levar a sério demais em cenas que lhe exigem drama, o ator acaba mostrando uma limitação visível. É bem verdade que Brett Ratner também tem culpa no cartório, um diretor de elenco um pouco melhor talvez tivesse conseguido “maquiar”a interpretação falha de Dwayne Johnson em certos momentos. O grupo de mercenários que faz companhia para Hércules foi bem escolhido e funciona organicamente, ajudando “The Rock” a crescer durante o filme, o cruzamento clássico de personalidades que se completam gera boas sequências de humor, que são a especialidade de Brett Ratner.
Enfim, em determinadas sequências Hércules lembra o antigo Conan, de Arnold Schwarzenegger, com uma pegada mais realista, questionando a verdade por trás das lendas, o filme é divertido; entretêm com competência, mas não é o Hércules ao qual nos acostumamos. A magia da mitologia grega faz falta e, definitivamente o longa não será a versão definitiva do personagem como os produtores esperavam. É The Rock…A melhor adaptação do Semi-Deus ainda é a animação da Disney…Veja nossa Chuck Nota logo abaixo…

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