Umas das surpresas do verão, No Limite do Amanhã, o novo filme de Tom Cruise chegou sem grandes expectativas, mas Cruise mostra que que a ficção cientifica, pode ter feito o astro se reinventar em Hollywood e consequentemente renovar sua legião de fãs pelo mundo inteiro…
Quando a Terra é tomada por alienígenas, e Bill Cage (Tom Cruise) se recusa a participar da guerra ele é acusado de deserção e obrigado a juntar-se às Forças Armadas na linha de frente no dia do confronto final. Inexplicavelmente ele acaba preso no tempo, condenado a reviver esta data repetidamente. A cada morte e renascimento, Cage adquire mais conhecimento e, antecipando os acontecimentos, tem a chance de mudar o curso da batalha com o apoio da guerreira Rita Vrataski (Emily Blunt).
Baseado no mangá, All You Need is Kill,o longa do diretor Doug Liman (Identidade Bourne) dá a partida já deixando claro que veremos algo diferente do que esperávamos, com uma estrutura rara nos blockbusters atuais, não há preocupação, por exemplo, em estabelecer empatia do público com o personagem principal, pelo contrário, Cage é um personagem bastante detestável num primeiro momento, e toda a política que o envolve só faz corroborar com isso.
Com referência lógica do filme Feitiço do Tempo, com Bill Murray, No Limite do Amanhã, também lembra bastante o visual de Tropas de Estelares, porém, com batalhas menos sensacionalistas. Outros filmes que servem como espelho são O Resgate do Soldado Ryan (cena de guerra na praia) e Distrito 9 (com o personagem forçado a entrar na ação).
A crítica política se faz presente em boa parte do longa, quando se percebe que todas direções levam a um mesmo desfecho, ou seja, não existem guerras diferentes, assim como os poderosos não diferenciam aqueles que vão para a linha de frente das batalhas. O importante é que eles estejam convictos do que fazem. Todas vez que Cage acorda ele exposto a uma propaganda bem ao estilo “I Want You” para recrutar soldados, e é impressionante como Doug Liman consegue com essas repetições tirar completamente o sentido desta propaganda, pois uma hora você realmente presta a atenção nela , faz o paralelo com o looping incessante e seus argumentos caem por terra. O longa também brinca com a estrutura de vídeo game para elaborar a narrativa, a forma como o personagem morre e retorna sempre do mesmo jeito nos faz lembrar os antigos jogos em 2D, onde não havia flexibilidade, mundos abertos como os games de hoje. As repetições do personagem de Tom Cruise seguem uma mesma linha, os inimigos vem sempre do mesmo lugar e quase como um Bourne a cada repetição Cage vai se aperfeiçoando até se tornar um grande guerreiro.
Como filme de ação No Limite do Amanhã é competente, principalmente na medida que evita a obviedade que se imagina por causa dos retornos, quase como um teste infinito Cage evolui e a ação do filme repleta de efeitos práticos, acompanha bem.
Muita coisa se fala sobre Tom Cruise, mas como ator o astro continua sendo uma das figuras mais carismáticas de Hollywood, mesmo que talvez não fosse o perfil ideal para o personagem, Cruise domina completamente a situação e se coloca numa posição de evolutiva. Vale destacar também o divertido Bill Paxton, que traz um frescor inesperado a seu general Farrel. Enquanto, Emilly Blunt não compromete o filme.
Enfim, No Limite do Amanhã, se adapta aos novos tempos para mostrar que os novos pensamentos talvez não sejam tão novos, e que por mais que se tente fazer coisas diferentes a população continua num looping infinito que vai dar no mesmo lugar sempre…Veja nossa Chuck Nota logo abaixo…
É isso ai …Has Tela Vista…O Cinema em Ação !!!